terça-feira, maio 16, 2006

A árvore da serra


Hoje, ouvi no rádio este poema de Augusto dos Anjos e resolvi postar em homenagem a um velho amigo nosso, que há muitos anos mora em Natal, mas é sempre lembrado.

As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!

— Meu pai, porque sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs alma nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minha alma!...

Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
“Não mate a árvore, pai, para que eu viva!”
E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!

quinta-feira, maio 04, 2006

Cogitações

Faz tanto tempo que o Pedro não passa por aqui que ando pensando em mudar o nome do blogue para A tia sem o Pedro...

Um discurso sem letra A

Ao tomar posse no Instituto Histórico da Bahia, em 1915, o filólogo Antônio Sá fez este discurso, onde não usou a letra A nem uma vez sequer.

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"Meus ilustres e digníssimos consócios. Meus senhores.

Por mim, humilde membro que vou ser deste Instituto, eu vos direi sem orgulho em que me oçulte: errou no que pretende, perdeu no que collime esse que de mim muito esperou em prol deste lusido grêmio, que, sem o meu débil concurso, vive com brilho e vence com fulgor.

Sim. Porque eu que neste momento vos dirijo um verbo simples e despretensioso, cumprindo somente o desejo de exprimir o sentimento de jubilo de que me possuo, por ser tido no vosso doce e utilíssimo convívio; no meu viver, quer como homem público, quer como efficiente de um tempo ido, sem dons que me nobilitem, sem luzes que me guiem no presente o rumo do futuro; em pouco, em muito pouco mesmo, posso proteger o curso luminoso deste conjuncto de homens eminentes, deste grémio benemérito, por isso que, nem de leve, fulgem em mim resquícios de primor. Fizestes, escolhendo-me vosso consocio, o que só costumo ver nos espíritos superiores e que, por isso mesmo, surtem seus vôos por sobre míseros preconceitos.

Eis o motivo por que eu me deixei prender nos elos do vosso gentil convite, e devo dizer-vos, sincero, quem fui, quem sou e quem serei, vencendo o pórtico luminoso deste templo repleto de fulgores.

Quem fui ? O débil rebento de um tronco bom e, sobretudo honesto, em cujo viver de espíritos eleitos só virtudes vi florirem e vícios nem de longe pretenderem prender.

Eduquei-me sob o influxo do bem e tive por complemento dos meus modestos e humildes genitores um excellente mestre conhecido de todos vos, que tem sido entre nós erguido em mil louvores, que nem lhe podem dizer seu merecimento entre os velhos, entre os moços e entre os que recebem no presente o brilho do seu espírito selecto, fulgindo como um sol que incide nos pequeninos cérebros, sequiosos de luz.

Do collegio, de que conservo vivo o exemplo do bom e do honesto, fui vencer o tirocínio superior , onde, por muito feliz, entre docentes e condiscípulos, conservei desde o inicio, ouvindo Fillinto, Leovigildo e Guerreiro, um nome sem deslizes, que desgostos me trouxesse, no meio de muitos estudiosos como eu.

Tenho por mim neste recinto quem vos pode dizer se me exprimo correcto neste ponto.

Depois, colhido o louro de um torneio vencido, penetrei o mundo de illusões, suppondo, ingénuo que fui, fruísse o meu viver num sorrir. Dentro em pouco, porém, vi que o sorriso nos moços nem sempre é o prenuncio de um futuro venturoso, e, sim, um como prólogo ou inicio de um soffrer continuo, de um existir repleto de decepções e mil desgostos sem fim.

Sem que desperte dores no recesso do meu peito ferido, eu vos direi: fúnebre dobre de sino, ouvido por mim, filho extremoso, pelo espírito desse que me deu o ser e que se foi, rumo do céo, morrendo como um justo, entre outros golpes bem fundos, foi o primeiro que me fez sentir os negrores deste mundo em que vivemos.

Soffri e soffri muito com o ter perdido o meu ecellente e nobre genitor.

Superior, porem, eu fui vencendo os óbices do sentimento, tendo como tive e felizmente tenho consorte e filhos, meus enlevos, que me impellem, cheio de fé e de vigor, no trilho em que me vou conduzindo neste orbe, rico de dores, e pobre, muito pobre mesmo, de momentos bons e felizes como este.

Isso é que fui.

Quem sou? Um pequenino servo de Themis que fiz do direito em si o ponto em que reside o immenso bem dos homens, e que Deus quiz fosse tido por nós como virtude de virtudes, e que delle mesmo nos veio por intermédio do conhecimento que todos nós devemos ter do direitos e deveres próprios, bem como dos de outrem.

Eu vos disse de princípio que tínheis feito de mim um juízo immerecido, escolhendo-me vosso consocio.

Disse e repito. Com o serdes gentis, ergueste-me, um homem simples que sempre fui, nos gestos de um outro indivíduo, desejoso de ter nome e ter estudos que o elevem, que o dignifiquem, por meio dos conhecimentos scientificos, vendo, ouvindo, lendo, como de cérebro sem luz, seguisse sem temores, no intuito de vencer.

Eis o que sou.

Quem serei ? Se fui um zero, como vos disse, hoje sou um número entre vos, que, no futuro hei de escrever com orgulho todo meu, por me sentir no vosso doce e superior convivio.

Flue no meu ser um jubilo incontido, por me ver neste recinto, todo luz, todo bello, todo proveito, como si templo se celebre sob os meus olhos o novo surgir de um sol no meu espírito, sequioso de lume que me excite o empenho de viver no centro puro em que me detendes com os grilhões de vossos profundos conhecimentos.

Tudo eu terei, recebendo do vosso ensino o que deixei de ter em outros tempos, quer porque o desleixo me tolhesse, quer porque inconsciente ou cego eu estivesse.

Eu venho beber comvosco em fonte cujo espelho reflecte os melhores dons contidos neste solio, no mesmo berço de Ruy, o vinho scientifico que me inebrie o intellecto, sorvendo-o em copos de ouro.

Eu venho com os olhos fitos neste horizonte cheio de luz. E vendo os seus primores, sentindo-lhe os nobres effeitos, noto que, por isso mesmo tudo menos eu, concorre com o seu brilho em beneficio deste grémio, cujos pórticos, neste momento, penetro como sócio.

Sinto-me um homem differente, sinto-me muito bem, como si de mim se fosse um outro eu e o próprio ressurgisse, revivesse sob o influxo poderoso dos vossos fecundos emprehendimentos.

0 meu íntimo sentir, que os vossos ouvidos percebem nos breves termos do meu singelo dizer, é tudo o que de sincero reside nos refolhos do meu peito, repleto desse mesmo vigor e nobres volições com que tendes erguido o Instituto Histórico" que de mim pode ter somente fogosos e effusivos elogios.

Tendes nisso o meu futuro proceder.

Dizem que tudo pode quem quer. Todo o homem consegue o que pretende deste mundo, persistindo firme no desejo, mormente si possuir os requisito de intellecto, si bem que pobres como os meus.

Neste meu discurso, producto exclusivo de um esforço ingente que despendi como noviço que sou de vosso culto, vêde somente o designio que nutri de exprimir os meus sentimentos sem o emprego de um symbolo de todo preciso no modo de dizer ou de escrever o que os nossos espíritos concebem e podem produzir.

Quiz, testei e consegui que me ouvísseis por minutos, sem que dissesse o primeiro signo com que se expoem os estylos.

Revele-se-me o inepto intento. Perdôe-se-me o estulto proposito. No intuito que tive e bem vêdes que cumpri, louve-se menos em mim o exquisito escopo, que o meu illustre e glorioso mestre doutor Ernesto C. Ribeiro, que recebe de um seu discipulo, num excêntrico discurso, os meus intimos encomios, pois delle eu só tenho tido luzes e conselhos com que pudesse ser recebido neste instituto.

Elle o emérito cultor do verbo que o celebrizou entre os profundos conhecedores do portuguez, que encontre no meu gesto o empenho que tive de querer ser-lhe gentil, dizendo-lhe, de público, o muito bem que lhe quero e o sincero respeito que lhe voto.

Consocios. Sede indulgentes comigo.

Recebei-me como se eu fosse um proscripto que buscou o recolhimento deste tecto, em que vejo luzindo os espíritos nobres dos conselheiros Torres e muitos outros de escol; do mesmo modo que crio o desejo certo e imperecível de tudo emprehender em prol deste instituto, dos seus beneficios presentes e futuros, do seu brilho eterno, do seu progresso vencedor, do seu indefectível merecimento, do seu luzente fim, do seu destino vigoroso, conhecidos, "Urbi et Orbi" como sobremodo úteis e por sempre proveitosos.

Tenho concluido."

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Encontrada tumba do tempo de Tutancâmon

Deu no Terra Notícias:

"Uma equipe de cientistas norte-americanos afirmou ter encontrado no Vale dos Reis, no Egito, o que parece ser uma tumba intacta, a primeira desde o descobrimento da tumba do faraó Tutancâmon em 1922, disse hoje uma integrante da equipe de arqueólogos. A tumba contém cinco ou seis múmias em sarcófagos da 18ª dinastia, da época de Tutancâmon. Mas os pesquisadores ainda não tiveram tempo para chegar às múmias e identificá-las, afirmou a arqueóloga."

Mais aqui.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Novo alerta

Cuidado! Depois de Ronca Bad Girl, há uma nova ameaça pairando no ar:

O MONGE PELADO

terça-feira, janeiro 17, 2006

Daniel chegou!

17 de janeiro
20:06 horas
3.350 kg
57 cm

Um fauno

Um fauno ou algo mais?



Este tipo de postal é conhecido como metamorphic porque à primeira vista a imagem parece uma coisa e depois se transforma. Clique para ampliar.

Mais postais metamórficos aqui e aqui.

Para se defender...

...dos poderes de Ronca Bad Girl

terça-feira, janeiro 10, 2006

Teste de leitura veloz


Leia três vezes seguidas, em voz alta, sem errar:

O gato assim fez
O gato é fez
O gato como fez
O gato se fez
O gato mantém fez
O gato um fez
O gato folgado fez
O gato ocupado fez
O gato por fez
O gato quarenta fez
O gato segundos fez

Agora leia somente a terceira palavra de cada uma das frases.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Pão de queijo especial com ingrediente secreto


1 quilo de polvilho azedo
3 copos de leite
1 copo de óleo
1 colher de sopa de sal
4 ovos
500 gramas de queijo curado duro

Em uma bacia, misture o sal e o polvilho. Misture o leite e o óleo em uma panela e aqueça até o ponto de fervura. Adicione a mistura ao polvilho aos poucos enquanto mexe com uma espátula até formar uma massa homogênea. Deixe a massa esfriar. Adicione os ovos e misture com a mão. A massa deve ter consistência cremosa, mas seca. Então adicione o queijo ralado em pedaços finos e misture até obter uma mistura mais ou menos homogênea. Pegue punhados da massa e forme bolinhas com as mãos.

Os pãezinhos podem ser congelados ou assados no mesmo instante. Neste caso, pré-aqueça o forno na potência máxima por cerca de 15 minutos, e em seguida coloque as assadeiras. Os pães ficam prontos em média em meia hora (verifique se estão dourados antes de retirar do forno).

O ingrediente secreto? Ah, carinho de tio.