sábado, outubro 22, 2005

O cego



O homem que não lê é como um cego, o fracasso e o infortúnio estão à sua espera por todos os lados. Cartaz criado por Alexei Radakov, em 1920, para a campanha de leitura do governo soviético.

Vamos?



Lançamento dos livros

Teoria Musical - Lições Essenciais e Exercícios para Piano e Teclados,
de Luciano Alves

Dia 25 de outubro, terça-feira, às 19hs
Livraria Argumento
Rua Dias Ferreira, 417 - Leblon

Você sabe o que são palíndromos?

Fonte: www.3donline.com.br/ galeria/lelo-arara.jpgPalíndromos são palavras, números ou frases que podem ser lidos tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita sem alterar o sentido. É um vocábulo de origem grega, palin significa novo, e dromo percurso.

Durante muito tempo acreditou-se que palavras ou frases palindrômicas eram dotadas de poderes mágicos ou especiais.

Alguns exemplos de palíndromos:

ANA
ARARA
OCO
OSSO
MATUTAM
OTO
OVO
MIRIM
RADAR
ROTOR
RALAR
RELER
REVER
RIR
ANILINA

Algumas palavras, quando lidas ao contrário, formam um vocábulo diferente. É o caso, por exemplo, de: EVA, AMOR, LUAR, MISSA, AMORA. Mas estas, a rigor, não são consideradas palíndromos.

Também existem as frases palindrômicas, bem mais difíceis de encontrar. Eis algumas:

A base do teto desaba
A droga do dote é todo da gorda
Laço bacana para panaca boçal
Seco de raiva, coloco no colo caviar e doces
O teu drama é amar dueto
O terrível é ele vir reto
E até o Papa poeta é
Tucano na CUT
Reter e rever para prever e reter
Em roda, tropa, após a sopa, à porta dorme
Oto come doce seco de mocotó
Alá Osama, o réu que eu quero, ama só Alá

O escritor Millôr Fernandes é um grande entusiasta dos palíndromos. Aqui estão alguns de sua autoria:

Olá, galo
Ué, sou eu
A mala nada na lama
A grama é amarga
Amassa, má

O barão de Itararé também deixou sua contribuição: Assim a aia ia à missa.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Tratamento de beleza tradicional

Uma equipe de arqueólogos italianos anunciou ter descoberto em Chipre o local onde funcionou uma fábrica de perfumes há cerca de 4 mil anos.

Para ver a notícia completa, clique aqui.

Os perfumes já são a nova coqueluche no circuito de beleza das múmias, junto com o pote de creme descoberto em 2003, nas ruínas de um templo romano perto de Londres, Inglaterra. O cosmético era um pouco mais novo, fabricado há cerca de dois mil anos, mas certamente a data de validade ainda não venceu. (Clique para saber mais).

quinta-feira, outubro 20, 2005

A casa que Pedro fez

Fonte da imagem: www.cpmission.com/bigjim/yellowknife/knife4.html

Esta é a casa que Pedro fez.

Este é o trigo que está na casa que Pedro fez.

Este é o rato que comeu o trigo que está na casa que Pedro fez.

Este é o gato que matou o rato que comeu o trigo que está na casa que Pedro fez.

Este é o cão que espantou o gato que matou o rato que comeu o trigo que está na casa que Pedro fez.

Esta é a vaca de chifre torto que atacou o cão que espantou o gato que matou o rato que comeu o trigo que está na casa que Pedro fez.

Esta é a moça mal vestida que ordenhou a vaca de chifre torto que atacou o cão que espantou o gato que matou o rato que comeu o trigo que está na casa que Pedro fez.

Este é o moço todo rasgado, noivo da moça mal vestida que ordenhou a vaca de chifre torto que atacou o cão que espantou o gato que matou o rato que comeu o trigo que está na casa que Pedro fez.

Este é o padre de barba feita que casou o moço todo rasgado, noivo da moça mal vestida que ordenhou a vaca de chifre torto que atacou o cão que espantou o gato que matou o rato que comeu o trigo que está na casa que Pedro fez.

Este é o galo que cantou de manhã que acordou o padre de barba feita que casou o moço todo rasgado, noivo da moça mal vestida que ordenhou a vaca de chifre torto que atacou o cão que espantou o gato que matou o rato que comeu o trigo que está na casa que Pedro fez.

Este é o fazendeiro que espalhou o milho para o galo que cantou de manhã que acordou o padre de barba feita que casou o moço todo rasgado, noivo da moça mal vestida que ordenhou a vaca de chifre torto que atacou o cão que espantou o gato que matou o rato que comeu o trigo que está na casa que Pedro fez.

Sem palavras





terça-feira, outubro 18, 2005

Uma história com muitos, muitos, muitos pês

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém,pouco praticou, pois padre Pafúncio pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris.

Fonte: www.wagnallslibrary.org/images/letter%20P%20tues%20small.jpgPartindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, pois pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precatar-se. Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal.

Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. Passando pela principal praça parisiense, partindo para Portugal, pediu para pintar pequenos pássaros pretos. Pintou, prostrou perante políticos, populares, pobres, pedintes.

- Paris! Paris! - proferiu Pedro Paulo - parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir.

Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu:

- Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Por que pintas porcarias?

- Papai - proferiu Pedro Paulo - pinto porque permitiste, porém preferindo,poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.

Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus.

Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios.

Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas.

Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando...

Permitam-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar...

segunda-feira, outubro 17, 2005

Cavalos-marinhos (2)

Uma outra espécie de cavalo-marinho. Um pouco mais rara, sem dúvida...

domingo, outubro 16, 2005

Um vô

Ele também gostava de passear, de festa, de reunir as pessoas e conversar. Quando éramos crianças, ele cantava para nos fazer dormir. Contava histórias e fazia brincadeiras.

Tinha uma que era assim. A gente esticava os pés e ele ia batendo de dedinho em dedinho, dizendo (uma sílaba para cada dedo):

Ti-ge-li-nha de á-gua fri-a
Que ca-iu da pra-te-lei-ra
Foi nos o-lhos de Ma-ri-a
Que cho-rou se-gun-da-fei-ra.

Dizia, num francês atravessado, que o cão é a virtude que não podendo se fazer homem, se fez besta. Com toda a seriedade, afirmava que as quatro coisas melhores do mundo são três: comer e dormir.

Precisou parar os estudos muito cedo, na terceira série primária. Mas sempre leu muito. A casa era cheia de livros. Não me lembro dele ter ficado algum dia sem ler jornal.

Era humano como todos nós, com defeitos e qualidades. Turrão, teimoso, emburrava e ficava sem falar quando discordava de alguma coisa. Mas era muito gente boa.

Se o vô Antonio estivesse vivo, hoje completaria 83 anos.

Quando ele morreu, o Pedro nem estava na barriga ainda. Tenho certeza que assim como adorava o Mimo — que ele só chamava de Pequeno Príncipe — ia adorar o Pepê também. Qual seria o apelido que ele daria ao Pedro, heim?!