sábado, novembro 19, 2005

A medonha língua alemã

Mark Twain

(...) Os alemães usam um outro tipo de intercalação que consiste em dividir um verbo em duas partes e colocar metade dele no começo de um excitante capítulo e a outra metade no seu final. Pode alguém conceber algo mais confuso que isso? Essas coisas são chamadas verbos separáveis. A gramática alemã está infestada com esses verbos separáveis, e quanto mais longe conseguir deixar uma parte da outra, mais feliz vai ficar o autor desse crime. Um dos favoritos é reiste ab - que significa partiu. Aqui vai um exemplo que eu catei de um romance e transpus para nossa língua: "Estando agora as malas prontas, ele PAR - depois de beijar sua mãe e suas irmãs, e mais uma vez apertar ao peito sua Gretchen adorada, que, vestida de singela musselina branca, com uma única glicínia entrelaçada nas generosas tranças de seu rico cabelo castanho, tinha cambaleado escada abaixo, ainda pálida com o terror e a excitação da noite passada, mas ansiosa por apoiar sua pobre cabeça dolorida ainda uma última vez no peito daquele a quem ela amava mais ainda do que a própria vida - TIU.

Não devemos, contudo, perder muito tempo com esses verbos, porque isso pode nos levar a perder a cabeça; se alguém se fixa nisso e não é avisado das conseqüências, vai terminando amolecendo o miolo - ou petrificando-o. Os pronomes pessoais são outro fértil aborrecimento na língua alemã, e deveriam ser excluídos. Por exemplo, o mesmo som, sie, significa você, e significa ela, e significa a ela, e significa ele (neutro), e significa eles, e significa a eles. Pensem na pobreza esfarrapada de uma língua que obriga uma palavra a fazer o trabalho de seis - e estou falando de uma porcariazinha dessas com apenas três letras! Mas, acima de tudo, pensem na irritação de nunca saber qual desses significados o falante está tentando me transmitir! Isso explica por que, sempre que uma pessoa me diz sie, eu tento matá-lo - se não for um amigo meu, é claro.

Agora, observem os adjetivos: aqui está um caso em que a simplicidade do inglês teria sido de grande vantagem; por isso mesmo - não podia haver outra razão! - o inventor dessa língua complicou tudo o que podia. Quando queremos falar de nosso "bom amigo" ou "bons amigos", em nossa abençoada língua, usamos uma só forma e não sentimos remorso com isso [em inglês: "our good friend or friends"], mas na língua alemã é diferente. Quando um alemão deita as garras num adjetivo, ele vai decliná-lo até que seu próprio juízo entre em declínio. É tão ruim quanto latim. Ele dirá, por exemplo, no singular - Nominativo: Mein gutER Freund, meu bom amigo. Genitivo: MeinES gutEN FreunDES, do meu bom amigo. Dativo: MeinEM gutEN Freund, ao meu bom amigo. Acusativo: MeinEN gutEN Freund, meus bons amigos. No plural, muda tudo: Nominativo: MeinE gutEN FreundE, meus bons amigos. Genitivo: MeinER gutEN FreundE, dos meus bons amigos. Dativo: MeinEM gutEN FreundEN, aos meus bons amigos. E por aí vai - e vá o candidato ao hospício tentar memorizar essas variações, e vocês vão ver como ele se elege rápido! A única coisa que pode evitar essa encrenca toda é andar mesmo pela Alemanha sem ter amigo nenhum. Claro que eu só mostrei o estorvo que é declinar um bom amigo no masculino; isso é apenas a terça parte da façanha, pois temos de aprender toda uma outra variedade de distorções do adjetivo quando se tratar do feminino ou do neutro. O pior é que existem mais adjetivos nesta língua do que gatos pretos na Suíça, e todos devem ser caprichosamente declinados do modo como vimos no exemplo acima. Ouvi um estudante americano em Heildelberg afirmar, num tom resignado, que preferia declinar dois convites para beber do que um único adjetivo alemão.

O inventor dessa língua parece ter se esforçado ao máximo para complicá-la. Por exemplo, quando referimos despreocupadamente uma casa, Haus, ou um cavalo, Pferd, ou um cachorro, Hund, escrevemos assim estas palavras. Contudo, se nos referimos a elas no caso Dativo, temos de grudar-lhes um tolo "E" desnecessário: Hause, Pferde, Hunde. Ora, como esse "E" muitas vezes indica o plural, como entre nós fazemos com o "S", o pobre aprendiz de alemão vai levar no mínimo um mês pensando que são gêmeos um único cachorro Dativo; por outro lado, muito estudante novato, sempre com pouco dinheiro, comprou e pagou por dois cachorros mas acabou só levando um, porque ele, pensando burramente estar usando o plural, comprou o cachorro no Dativo singular - o que deixa a lei do lado do vendedor, é claro, pelas estritas regras da gramática, não cabendo nenhuma ação legal para recuperar o dinheiro.

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Mark Twain (Samuel Langhorne Clemens), nasceu na Flórida (EUA) em 1835. Foi pintor ambulante, piloto de barco no rio Mississipi, explorador de ouro e prata, jornalista, escritor, conferencista, editor — e sobretudo humorista. Em 1867 publica uma história que faria toda a América rir, atraindo para o seu nome a atenção de todos. Trata-se de A celebre rã saltadora do Condado de Calaveras. Em seu primeiro livro, The innocents abroad, escrito após uma excursão à Europa, tecia críticas aos costumes europeus, o que o fez cair no agrado do público. Com o sucesso, casou-se e dedicou-se a escrever. Obras como Life on the Mississipi, The adventures of Tom Sawyer, Huckleberry Finn, A tramp abroad, A connecticut yankee in King’s Arthur’s court, e outras, elevaram-no à categoria de grande humorista nacional. Mark Twain faleceu em 1910. (fonte da biografia: Projeto Releituras)

Camiseta

Cães

O Pedro postou lá no Pepe World os retratos de seus dois cachorros: A Flor e o Brownie, mais conhecido como Coragem.

Mistério: a quem será que pertence o pé com o chinelo fofinho?

Álbum de fotos do Bob Esponja (2)

Não esqueça do também meu herói... o poço de inteligência.



Mais fotos dos dois aqui.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Como fazer o mural de recados

É muito fácil!

1. Vá até o Tag-board.com/.

2. Escolha Sign up for a Basic Board.

3. Preencha os dados no formulário. É importante guardar a senha porque vai ser necessária para administrar o painel. Clique em Submit.

4. Vai aparecer uma página com o código do painel. É só copiar e colar no modelo do blogue.

Boa sorte! Se precisar de ajuda, deixe um recado lá no mural.

Furacão Wilma

Assombroso! Impressionante! Incrível!

terça-feira, novembro 15, 2005

Vamos?

Nova edição do Salão do Livro para Crianças e Jovens será inaugurada quinta-feira no MAM
Roberta Campos Babo

Engana-se quem acha que criança só gosta de brinquedos. Cada vez mais a turma pequena se interessa por literatura. Como prova disso, o Salão do Livro para Crianças e Jovens, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) se firma no calendário cultural do Rio de Janeiro.

A sétima edição começa na quinta-feira e vai até o dia 27, no Museu de Arte Moderna (MAM). A expectativa é receber mais de 30 mil visitantes.

Atividades não vão faltar no jardim do MAM, onde uma estrutura de mil metros quadrados abrigará 64 estandes das editoras, uma biblioteca com mais de 3 mil títulos e um Espaço de Leitura para os lançamentos.

Vários escritores, como Ana Cláudia Ramos, Márcio Vassalo e Roseana Murray participarão de bate-papo sobre o processo de criação. A criançada poderá acompanhar também o trabalho dos ilustradores, que estarão pintando e desenhando em grandes painéis. E ninguém vai sair de mãos vazias: as crianças ganharão um livro de presente na saída.

Na biblioteca, com ambiente preparado para os pequenos, os livros estarão com as capas viradas de frente, facilitando a escolha. De hora em hora, um escritor ou ilustrador estará conversando com a garotada.

Lugar de destaque

Mesmo em tempo de jogos eletrônicos e internet, a leitura ainda está no topo na preferência da criançada. A produção anual de livros para crianças e jovens ocupa o segundo lugar em número de exemplares publicados. E o pequeno leitor está cada vez mais exigente, buscando produtos de qualidade, com texto original e visual atraente.

O 7º Salão quer destacar a importância da ilustração nos livros infantis através da mostra "Viva ilustração", que trará reproduções de originais de artistas estrangeiros e brasileiros como Ziraldo, Ângela Lago, Graça Lima e Ivan Zigg.

Como atividade paralela ao Salão, o 7º Seminário da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil terá como tema "A importância dos clássicos universais para a educação", que acontecerá na Cinemateca do MAM nos dias 21 e 22, das 8h30 às 17h30. O seminário vai comemorar os 400 anos de publicação do livro "Dom Quixote", de Miguel de Cervantes, e os 90 anos da publicação de "Peter Pan", de James L. Barrie.

Homenagem a Rachel

"A casa dos benjamins", da Editora Caramelo, uma homenagem à Rachel de Queiroz, será lançado às 14h do dia quinta-feira, quando a escritora faria 95 anos. A casa onde a escritora cearense escreveu seu primeiro livro, "O quinze", foi transformada no cenário da história de Socorro Acioli.

A autora e o ilustrador Daniel Diaz estiveram na casa, em Fortaleza, várias vezes, fotografando o piso, portas e detalhes que ainda estão preservados desde o tempo em que era habitada pela família de Rachel. As ilustrações foram compostas com essas fotos, aplicações de renda e folhas originais dos benjamins, que foram plantados pela mãe de Rachel de Queiroz.

7º SALÃO DO LIVRO PARA CRIANÇAS E JOVENS - Abertura na quinta-feira (17). Galpão das Artes do MAM (Av. Infante Dom Henrique, 85 - Aterro do Flamengo. Tel.: 2240-4899/2240-3359). De seg. a sex., das 8h às 18h; sab. e dom., das 10h às 20h. R$ 3. Crianças até 1 metro não pagam. Estacionamento no local. Até dia 27.

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Fonte: Tribuna da Imprensa Online

domingo, novembro 13, 2005

Um beijo para um príncipe

Ele mora em Itaipava e não tem carrapatos. Alguma candidata?