quinta-feira, novembro 10, 2005

Inculta e bela

Língua portuguesa
Olavo Bilac*

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

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(*) Poeta brasileiro, Olavo [Brás Martins dos Guimarães] Bilac nasceu no Rio de Janeiro, em 1865. É considerado o maior representante do parnasiano brasileiro. Publicou diversas obras, entre as quais Crônicas e Novelas (1893) e Poesias (1902). É o autor do Hino à Bandeira Nacional. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Morreu em 1918.

Aqui tem um dicionário online de língua portuguesa gratuito (português de Portugal).

Hermeto Pascoal: O Bruxo


Nasceu em 22 de junho de 1936, no pequeno município de Lagoa da Canoa em Alagoas.

Uma pequena biografia extraída do CliqueMusic:

Conhecido como "o bruxo" ou "o mago", é considerado por boa parte dos músicos como um dos maiores gênios em atividade na música mundial. Poliinstrumentista, é famoso por sua capacidade de extrair música boa de qualquer coisa, desde chaleiras e brinquedos de plástico até a fala das pessoas. Hermeto nasceu em Arapiraca, no interior de Alagoas, e desde pequeno aprendeu a tocar flauta e sanfona.

Aos 11 anos de idade já se apresentava em forrós e feiras na companhia do irmão. Em 1950 a família se mudou para Recife e ele continuou se apresentando com o irmão na rádio. No final da década foi para o Rio de Janeiro, onde tocou em conjuntos regionais e na Rádio Mauá.

Mais tarde transferiu-se para São Paulo, onde formou o grupo Som Quatro. Depois integrou o Sambrasa Trio, ao lado de Airto Moreira (bateria) e Claiber (baixo). No final dos anos 60 começou a ganhar fama como pianista e flautista do Quarteto Novo, que lançou seu primeiro e único disco em 1967. Nesse LP figurava a primeira composição de Hermeto que foi gravada: "O Ovo", que se tornou um clássico da música instrumental, assim como "Bebê".

O Quarteto Novo surgiu como proposta de inovação musical, por misturar elementos legítimos nordestinos, como as levadas de baião e xaxado, e harmonias jazzísticas e contemporâneas. No início da década de 70 foi aos Estados Unidos a convite de Airto Moreira e lá gravou com Miles Davis e num disco de Airto.

De volta ao Brasil, gravou, com grande êxito, o LP "A Música Livre de Hermeto Pascoal", onde apresenta temas seus e interpretações de clássicos como "Asa Branca" (Luiz Gonzaga) e "Carinhoso" (Pixinguinha). Participou do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, compôs peças sinfônicas, construiu instrumentos e gravou diversos discos por gravadoras diferentes.

Excursiona freqüentemente aos Estados Unidos e Europa, onde é muito popular, especialmente entre músicos.
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Clique aqui para discos e músicas.

Aqui uma outra biografia, bem melhor e mais detalhada.

Aqui, outra biografia e três faixas em formato MP3.

Não vai tocar a música do homem sem saber nada sobre ele, né?

Origem dos nomes (2)

Estados dos Brasil

Acre: vem de áquiri, touca de penas usada pelos índios munducurus.

Alagoas: o nome é derivado dos numerosos lagos e rios que caracterizam o litoral alagoano.

Amazonas: nome de mulheres guerreiras que teriam sido vistas pelo espanhol Orellana ao desbravar o rio. Para Lokotsch, vem de amasuru, que significa águias retumbantes.

Bahia: o nome foi dado pelos descobridores em função de sua grande enseada.

Ceará: vem de siará, canto da jandaia, uma espécie de papagaio.

Espírito Santo: denominação dada pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho que ali desembarcou em 1535, num domingo dedicado ao Espírito Santo.

Goiás: do tupi, gwa ya, nome dos índios guaiás, gente semelhante, igual.

Maranhão: Do tupi, mba’ra, mar, e , corrente, rio que semelha o mar, primeiro nome dado ao rio Amazonas.

Mato Grosso: o nome designa uma região com margens cobertas de espessas florestas, segundo antigos documentos.

Minas Gerais: o nome deve-se às muitas minas de ouro espalhadas por quase todo o estado.

Pará: do tupi, pa’ra, que significa mar, designação do braço direito do Amazonas, engrossado pelas águas do Tocantins.

Paraíba: do tupi, pa’ra, rio, e a’iba, ruim, impraticável.

Paraná: do guarani pa’ra, mar, e , semelhante, rio grande, semelhante ao mar.

Pernambuco: do tupi, para’nã, rio caudaloso, e pu’ka, gerúndio de pug., rebentar, estourar. Relativo ao furo ou entrada formado pela junção dos rios Beberibe e Capibaribe.

Piauí: do tupi, pi’au, piau, nome genérico de vários peixes nordestinos. Piauí é o rio dos piaus.

Rio de Janeiro: o nome deve-se a um equívoco: Martim Afonso de Souza descobriu a enseada a 1º de janeiro de 1532 e a confundiu com um grande rio.

Rio Grande do Norte: derivado do rio Potengi, em oposição a algum rio pequeno, próximo, ou ao estado do Sul.

Rio Grande do Sul: vem do canal que liga a lagoa dos Patos ao oceano.

Rondônia: o nome do estado é uma homenagem ao marechal Rondon.

Santa Catarina: nome dado por Francisco Dias Velho a uma igreja construída no local sob a invocação daquela santa.

São Paulo: denominação da igreja construída ali, pelos jesuítas, em 1554 e inaugurada a 25 de janeiro, dia da conversão do santo.

Sergipe: do tupi, si’ri ü pe, no rio dos siris, primitivo nome do rio junto à barra da capitania.

Tocantins: nome de tribo indígena que habitou as margens do rio. É palavra tupi que significa bico de tucano.

Fonte: Jangada Brasil

Origem dos nomes (1)

Pedro
Significa pedra e indica uma pessoa simples mas que busca a realização intelectual e espiritual. Ele se destaca pela vida disciplinada e pela determinação com que luta pelos seus objetivos. Mas seu idealismo está voltado para a humanidade como um todo no cotidiano. Tende a monopolizar as atenções e a não atribuir muita importância à fidelidade no amor e na amizade.

Bernardo
Significa forte como um urso e indica uma pessoa que mostra pouco entusiasmo quando precisa improvisar ou inovar, mas se dá bem com a rotina que impõe a si próprio. Consegue sucesso em profissões que exigem dedicação, mas não requerem muita criatividade.

Lurdes
Variação de Lourdes, francês, nome de origem religiosa, quase sempre composto com Maria (Maria de Lourdes). Pessoa extremamente ponderada e tímida. É a mais fiel das amigas; sabe como ninguém ouvir e guardar todos os segredos que lhe contam. No amor, procura sempre novas experiências. Do basco "altura escarpada".


Para ver o significado e origem do seu nome, clique aqui.

Trava-línguas

Ilustração de Marcos Jardim

Tinha tanta tia tantã
Tinha tanta anta antiga
Tinha tanta anta que era tia
Tinha tanta tia que era anta

O peito do pé de Pedro é preto
Quem disser que o peito do pé de Pedro é preto,
tem o peito do pé mais preto do que o peito do pé de Pedro

Larga a tia, lagartixa!
Lagartixa, larga a tia!
Só no dia que sua tia
Chamar lagartixa
de lagartinha!

quarta-feira, novembro 09, 2005

Duplo sentido

Uma pesquisa feita pelo thesun.co.uk relacionou nomes de domínio que lidos com outros olhos, adquirem um sentido totalmente diferente do desejado. Os vencedores foram:

www.whorepresents.com

O que é o site: Um banco de dados para agências de ricos e famosos.
Sentido verdadeiro: Who represents - Quem representa
Sentido azarado: Whore presents - Prostituta apresenta

www.expertsexchange.com

O que é o site: Um fórum onde programadores trocam dicas.
Sentindo verdadeiro: Experts Exchange - Trocas entre experts
Sentido azarado: Expert Sex Change - Troca de sexo expert

www.penisland.net

O que é o site: Uma empresa que faz canetas sob encomenda.
Sentindo verdadeiro: Pen Island - Ilha da caneta
Sentido azarado: Penis land - Terra do pênis

www.therapistfinder.com

O que é o site: Site de busca de terapeutas.
Sentindo verdadeiro: Therapist finder - Busca terapeutas
Sentido azarado: The rapist finder - Busca de estupradores

www.molestationnursery.com

O que é o site: Uma creche no sul do País de Gales.
Sentindo verdadeiro: Mole Station Nursery - Creche de Mole Station
Sentido azarado: Molestation nursery - Creche de molestamento

www.powergenitalia.com

O que é o site: Empresa de energia elétrica em Milão, na Itália.
Sentindo verdadeiro: Power-Gen Italia
Sentido azarado: Power genitalia - Genitália poderosa

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Fonte: Redação Terra

PianOrquestra

Vamos?



PIANORQUESTRA - 10 mãos e um piano. Prêmio Rumo 2005
Com: Claudio Dauelsberg (idealizador e diretor musical)
Kesia Decote
Gisele Sant'ana
Claudia Castelo branco
Tati Calvente

PianOrquestra é o resultado de anos de pesquisa cujo objetivo é transformar o piano em sua própria orquestra. Desenvolvido por Cláudio Dauelsberg o grupo explora os elementos étnicos e as raízes brasileiras. Inova o conceito tradicional da utilização do instrumento pela exploração das infinitas possibilidades de timbres e sonoridades produzidas por 10 mãos em 1 piano preparado. O grupo presenta um repertório que percorre com fluência do clássico ao popular, com compositores contemporâneos brasileiros como Villa Lobos, Claudio Santoro e Milton Nascimento e ritmos como samba, coco, maracatu e ciranda.

Dia 12 novembro, sábado, 21:00
Teatro Municipal Paulo Gracindo, Petrópolis
Endereço: Praça Expedicionários, s/nº
Telefone: 24 2235-3833

Encontros gramaticais

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
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Este texto circula há alguns anos pela internet com diversas atribuições de autoria e foi lembrado pelo Victor lá no Com licença, por favor.

terça-feira, novembro 08, 2005

Uma medalha para o Pepê



É medalha da tia, mas vale como uma medalha de primeiro lugar. No próximo, eles que se cuidem.

O mundo maravilhoso do spam (1)

ou A pequena loja dos horrores

Alguém interessado em mimos tão delicados?